O pós-parto, também conhecido como puerpério, é o período de seis semanas após o parto. É fundamental que as novas mamães sejam bem acompanhadas e tenham suporte adequado nesse período, pois além das mudanças no próprio corpo e em seu humor, ela enfrenta uma nova rotina com a chegada do bebê.

Independente se o parto foi normal ou cesárea, as puérperas – mulheres que acabaram de dar a luz – necessitam de acompanhamento especial assim que deixam o Centro Cirúrgico e Obstétrico. 

Os cuidados se iniciam logo após o parto e continuam durante a internação hospitalar e após a alta, variando de acordo com as modificações esperadas em cada fase. Na primeira hora após o parto, no qual a nova mamãe ainda está na sala de parto ou de recuperação, é fundamental a vigilância de sangramento vaginal, pois é o período de maior risco de hemorragia. Além disso, sempre que possível, recomenda-se o estímulo à amamentação e ao contato pele a pele com o bebê (a primeira hora após o nascimento é conhecida como golden hour, ou hora de ouro, importante para o vínculo da mãe e do bebê).

A mamãe deve usar roupas confortáveis e aconselha-se o uso de sutiã adequado, proporcionando maior sustentação das mamas, além de impedir que o leite “empedre”. 

Durante a internação, a secreção vaginal é sanguinolenta (lóquios rubros) por 3 a 4 dias. No decorrer de 10 a 12 dias, torna-se castanho-clara (lóquios serosos) e, finalmente, branco-amarelada (lóquios brancos).

Assim que permitido, é importante caminhar no quarto para ajudar na prevenção de trombose (maior risco no puerpério), além de ajudar na melhora da constipação intestinal e na liberação de gases, que são muito comuns e podem causar desconforto e dor abdominal.

Nos primeiros dias, é comum sentir cólica, principalmente ao amamentar, devido ao hormônio liberado na amamentação (ocitocina), que age contraindo o útero o que contribui para prevenção de hemorragia.

Em caso de cesárea, a cicatriz deve ser lavada com água e sabão pelo menos 1 vez ao dia e mantida sempre seca, a cicatrização da pele ocorre em 7 a 10 dias normalmente. No parto normal, é comum ocorrer inchaço na região genital, que normalmente melhora em 2 a 3 dias espontaneamente, porém, fazer compressa gelada no local pode ajudar. Caso ocorra laceração de canal de parto ou episiotomia, não tenha medo de ir ao banheiro, só é importante saber que ardência ao urinar pode ser comum nos primeiros dias e melhora espontaneamente. O importante é sempre lavar com água e sabão após ir ao banheiro e evitar o uso de papel higiênico a fim de prevenir inflamação dos pontos.

Durante todo o período de puerpério, é fundamental beber bastante água, manter a alimentação balanceada e tomar o polivitamínico, caso esse tenha sido indicado pela sua médica. 

Durante a internação é super importante tirar dúvidas sobre amamentação e aprender a pega correta, pois a sucção adequada do bebê é o principal estímulo para produção do leite. Inclusive, é essencial lembrar que o primeiro leite produzido pela mãe é o colostro, que tem coloração mais amarelada e é rico em nutrientes fundamentais para os primeiros dias do bebê.

Só a partir do 3º ao 5º dia pós parto que ocorre a apojadura, ou seja, a descida do leite maduro, sendo comum as mamas ficarem quentes e inchadas, além de aumentar o volume de leite produzido. É necessário saber que não é incomum ter dificuldades na amamentação, caso isso ocorra, peça orientação da sua médica e se necessário, existem consultoras de amamentação (normalmente enfermeiras obstetras) que podem auxiliar muito no processo.

O retorno à atividade física depende do tipo de parto e da recuperação de cada mulher, devendo sempre ser orientado pela médica o melhor período para retornar e o tipo de atividades permitidas. Em geral, todas as atividades físicas podem ser realizadas a partir do momento em que o médico liberar. A fisioterapia pélvica pode ajudar nesse retorno e na recuperação do períneo e do corpo em geral, inclusive na melhora da diástase abdominal, muito comum na gravidez.

Para o retorno às relações sexuais, normalmente recomenda-se aguardar as seis semanas de puerpério, porém mesmo após a liberação médica, ela só deve ocorrer quando a mulher se sentir confortável e preparada. Além das alterações hormonais causadas pelo pós-parto e amamentação, que podem causar redução de libido e ressecamento vaginal, as mudança da rotina e a preocupação com o bebê podem fazer com que a mulher prefira aguardar mais tempo para voltar a ter relações sexuais. É importante saber que para o ressecamento vaginal existe lubrificante e hidratante vaginal que podem ajudar, mas o mais importante é sempre conversar com o médico e, principalmente, com o seu parceiro.

Além disso, a preocupação com a possibilidade de uma nova gravidez pode contribuir com o medo de retornar à vida sexual, por isso é importante conversar com o médico sobre contracepção. Durante a amamentação, não é indicado o uso de métodos que contenham estrogênio, porém existem diversas formas de anticoncepção sem hormônio ou somente com progesterona, que são seguras e podem ser iniciadas normalmente 30 a 40 dias após o parto.

Você tem alguma dúvida sobre os cuidados pós-parto? Caso precise, entre em contato que terei o prazer em te auxiliar.

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