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Com as mudanças na sociedade e no mercado de trabalho, muitas mulheres acabam adiando o sonho da maternidade. O congelamento de óvulos é uma alternativa para quem pensa em ter um bebê, mas de forma planejada dentro de alguns anos. 

 

Para entender essa alternativa, vamos falar sobre todo o processo e seu funcionamento neste texto.

 

O que é congelamento de óvulos?

É um procedimento em que os óvulos da mulher são captados e colocados em nitrogênio líquido, onde são congelados e armazenados numa temperatura de 196ºC negativos. 

Apesar de o congelamento existir há mais de 30 anos, foi apenas há quinze anos que a técnica se tornou mais popular, graças à vitrificação que evita perda de óvulos congelados. 

É possível congelar óvulos em qualquer idade?

Sim, é possível em qualquer idade, se houver óvulos em quantidade e qualidade. Porém, quanto mais jovem, melhor será a qualidade dos óvulos coletados e maiores as chances de uma gravidez no futuro. 

O ideal é que o tratamento seja feito até os 35 anos, já que os óvulos envelhecem e enfraquecem.

Para ter-se uma noção de comparação, estima-se que, ao nascer, a mulher tenha por volta de 7 milhões de óvulos, valor que se reduz aos 500 mil quando ocorre a primeira menstruação, e que chega a menos de 25 mil aos 42 anos. 

Há também a influência de fatores externos que os enfraquecem, como poluição, radiação, medicações e outros. 

Como funciona o congelamento de óvulos?

  • Primeiro passo: realizar uma bateria de exames para saber se não há nenhuma contraindicação ao uso de hormônios. 

Eles são necessários para impulsionar os ovários a produzirem todos os óvulos que seriam descartados naturalmente pelo corpo.

  • Segundo passo: os hormônios começam a ser tomados no terceiro dia de menstruação e têm de ser ingeridos por dez dias.

  • Terceiro passo: por volta do 12º dia de estimulação ovariana, é feita a coleta de óvulos. 

A coleta é realizada por meio de uma punção transvaginal guiada por ultrassom com a paciente sedada. Apesar da sedação, essa etapa não é uma cirurgia, apenas um procedimento que dura em média 20 minutos. 

  • Quarto passo: Depois de coletados, os óvulos passam por uma seleção para que sejam congelados apenas os maduros e de boa qualidade morfológica.

Os óvulos são armazenados na incubadora para finalizar a maturação, que dura cerca de duas horas. 

  • Quinto passo: em seguida, são adicionadas substâncias para que eles sejam vitrificados. 

Esta etapa não dura mais do que 15 minutos e são congelados em nitrogênio líquido a -196ºC.

Assim que a mulher decidir engravidar, os óvulos são descongelados, fertilizados em laboratório, e os embriões formados transferidos para o útero – a taxa de sobrevivência ao descongelamento pode variar de 85% a 95%

Quanto tempo os óvulos podem ficar congelados?

Em torno de 15 anos. 

Para quem o congelamento de óvulos é indicado? 

O congelamento de óvulos é indicado para mulheres que não podem ou não desejam uma gravidez no momento atual ou em um futuro próximo. 

Uma outra situação é para pacientes em tratamento de câncer. A radioterapia e a quimioterapia podem prejudicar a fertilidade futura. Em alguns casos, após a quimioterapia, a paciente pode evoluir para um quadro de menopausa precoce. 

O congelamento também está indicado para pacientes que precisam remover os ovários por doenças benignas, como cistos de endometriose, ou que serão submetidas a tratamentos de doenças autoimunes que possam comprometer a reserva ovariana. 

As mulheres sedentárias apresentam certo declínio quando o assunto é condicionamento físico durante a gravidez. A falta de atividade física regular é um dos fatores associados a uma vulnerabilidade maior a doenças durante e após a gestação. 

Benefícios dos exercícios físicos durante a gravidez

A manutenção de exercícios de intensidade moderada durante uma gravidez não-complicada proporciona inúmeros benefícios para a saúde da mulher. Eles podem promover: 

  • Melhora na resistência e flexibilidade muscular;
  • Menos riscos de lesões; 
  • Menos complicações na gestação ou relativas ao peso do feto ao nascer. 

Consequentemente, a mulher passa a suportar melhor o aumento de peso e atenua as alterações posturais decorrentes desse período. 

A atividade física aeróbia auxilia de forma significativa no controle do peso e na manutenção do condicionamento, além de reduzir os riscos de diabetes gestacional, condição que afeta 5% das gestantes. A ativação dos grandes grupos musculares propicia uma melhor utilização da glicose e aumenta simultaneamente a sensibilidade à insulina. 

Os estudos também mostram que a manutenção da prática regular de exercícios físicos ou esporte apresenta fatores protetores sobre a saúde mental e emocional da mulher durante e depois da gravidez. Além disso, existem dados que sugerem que a prática de atividades físicas durante a gravidez exerce proteção contra a depressão puerperal. 

Há riscos para o feto?

A prática de exercícios pode acarretar riscos potenciais para o feto em situações em que a intensidade do exercício seja muito alta. Isso pode gerar estresse fetal, restrição de crescimento intra-uterino e prematuridade. 

Durante o período de amamentação, desde que a ingesta calórica e hídrica da mãe se mantenha normal, os exercícios leves a moderados não afetam a quantidade ou a composição do leite, e por isso não exercem qualquer impacto sobre o crescimento do lactente.

Contra-indicações de exercícios durante a gravidez

O exercício regular é contra-indicado para mulheres com as seguintes complicações:

Contra-indicações absolutas

  • Doença miocárdica descompensada 
  • Insuficiência cardíaca congestiva 
  • Tromboflebite 
  • Embolia pulmonar recente 
  • Doença infecciosa aguda 
  • Risco de parto prematuro 
  • Sangramento uterino 
  • Isoimunização grave 
  • Doença hipertensiva descompensada 
  • Suspeita de estresse fetal 
  • Paciente sem acompanhamento pré-natal 

Contra-indicações relativas

  • Hipertensão essencial 
  • Anemia 
  • Doenças tireoidianas 
  • Diabetes mellitus descompensado 
  • Obesidade mórbida 
  • Histórico de sedentarismo extremo

Prescrição dos exercícios 

Todas as mulheres que não apresentam contra-indicações devem ser incentivadas a realizar atividades aeróbicas, de resistência muscular e alongamento. As mulheres devem escolher atividades que apresentam pouco risco de perda de equilíbrio e de traumas. O trauma direto ao feto é raro, mas é prudente evitar esportes de contato ou com alto risco de colisão. 

Deve-se tomar o cuidado de não se exercitar vigorosamente em climas muito quentes e de prover a hidratação adequada, de modo a não prejudicar a termorregulação da mãe. 

Com base em pesquisas na área de exercício e gravidez, o Sports Medicine Australia elaborou as seguintes recomendações: 

  • Grávidas já ativas, manter os exercícios aeróbicos em intensidade moderada durante a gravidez; 
  • Evitar treinos em frequência cardíaca acima de 140 bpm; 
  • Exercitar-se três a quatro vezes por semana por 20 a 30 minutos; 
  • Para atletas, é possível exercitar-se em intensidade mais alta com segurança; 
  • Os exercícios resistidos também devem ser moderados; 
  • Evitar as contrações isométricas máximas; 
  • Evitar exercícios na posição supina; 
  • Evitar exercícios em ambientes quentes e piscinas muito aquecidas; 
  • Desde que se consuma uma quantidade adequada de calorias, exercício e amamentação são compatíveis; 
  • Interromper imediatamente a prática esportiva se surgirem sintomas como dor abdominal, cólicas, sangramento vaginal, tontura, náusea ou vômito, palpitações e distúrbios visuais; 
  • Não existe nenhum tipo específico de exercício que deva ser recomendado durante a gravidez; 
  • A grávida que já se exercita deve manter a prática da mesma atividade física que executava antes da gravidez, desde que os cuidados acima sejam respeitados.

O corrimento é um dos motivos mais comuns que fazem com que as mulheres procurem auxílio ginecológico. Mas, será que é mesmo necessário toda essa preocupação? Já te adianto que não!  

Nem sempre o corrimento vaginal é um indício de que existe algo errado. Isso porque, o funcionamento do corpo da mulher pode ser impactado por diversos fatores, como: 

  • Mudanças hormonais: período menstrual, gestação e utilização de hormônios; 
  • Parte sexual, como excitação, lubrificação da região; 
  • Fatores de cunho emocional. 

É importante entender as diferenças para saber identificar quando a situação realmente precisa de auxílio médico. Por isso, preparei algumas explicações para te ajudar a entender melhor o que se passa pelo seu corpo. 

 

Afinal, quando devo me preocupar? 

Como dito anteriormente, o corpo da mulher não é uma ciência exata e diversos fatores podem afetar seu funcionamento. Por isso, existe sim o corrimento considerado “normal”, que é caracterizado pela ausência do odor desagradável e possui aparência transparente ou branca, com textura cremosa ou líquida, que muitas vezes é associada a clara de ovo. Esse tipo de corrimento não provoca outros sintomas. 

Já o corrimento vaginal, que merece um olhar mais atento, é aquele com coloração amarela, esverdeada ou rosa, com aparência de coalhada. Normalmente vem acompanhado de sintomas como dor local ao fazer xixi, odor desagradável, aspecto avermelhado da região, desconforto e coceira, porém, em alguns casos a ocorrência não vem acompanhada por nenhum desses sintomas. 

O corrimento pode ser causado pela proliferação de fungos, bactérias ou protozoários na região íntima, podendo também ocorrer através de transmissão sexual. 

Quando o corrimento apresentar alguma das características descritas acima, é a hora de realmente buscar a avaliação ginecológica. O médico ginecologista é o profissional capacitado para realizar o diagnóstico correto e iniciar o tratamento adequado para cada caso, de forma individualizada. 

 

É possível evitar o surgimento do corrimento? 

Diversas situações podem favorecer o aparecimento do corrimento na mulher, por isso, algumas ações simples, realizadas no dia a dia, podem ajudar a evitar a criação de um ambiente ainda mais propício ao seu surgimento. 

Entre eles estão: garantir uma boa higiene da região, utilizar roupa íntima de algodão, permitir que a área respire durante a noite – sem o uso de calcinha, não abafar a região com a utilização de protetores diários, ter cuidado com o alto consumo de açúcar, pois ele beneficia o aumento de fungos, não fazer uso de medicamentos antibióticos sem a recomendação médica, pois seu uso impacta diretamente na flora, utilizar camisinha ao se relacionar sexualmente, fugir de roupas apertadas que não permitem que a vagina respire adequadamente, não ficar muito tempo com roupa íntima molhada e ter atenção ao estresse, pois ele influencia na imunidade e pode contribuir para a desregulação da região íntima e, consequentemente, ao aparecimento do corrimento. 

Você tem alguma dúvida sobre o seu corrimento? Caso precise, entre em contato que terei o prazer em te auxiliar. 

O pós-parto, também conhecido como puerpério, é o período de seis semanas após o parto. É fundamental que as novas mamães sejam bem acompanhadas e tenham suporte adequado nesse período, pois além das mudanças no próprio corpo e em seu humor, ela enfrenta uma nova rotina com a chegada do bebê.

Independente se o parto foi normal ou cesárea, as puérperas – mulheres que acabaram de dar a luz – necessitam de acompanhamento especial assim que deixam o Centro Cirúrgico e Obstétrico. 

Os cuidados se iniciam logo após o parto e continuam durante a internação hospitalar e após a alta, variando de acordo com as modificações esperadas em cada fase. Na primeira hora após o parto, no qual a nova mamãe ainda está na sala de parto ou de recuperação, é fundamental a vigilância de sangramento vaginal, pois é o período de maior risco de hemorragia. Além disso, sempre que possível, recomenda-se o estímulo à amamentação e ao contato pele a pele com o bebê (a primeira hora após o nascimento é conhecida como golden hour, ou hora de ouro, importante para o vínculo da mãe e do bebê).

A mamãe deve usar roupas confortáveis e aconselha-se o uso de sutiã adequado, proporcionando maior sustentação das mamas, além de impedir que o leite “empedre”. 

Durante a internação, a secreção vaginal é sanguinolenta (lóquios rubros) por 3 a 4 dias. No decorrer de 10 a 12 dias, torna-se castanho-clara (lóquios serosos) e, finalmente, branco-amarelada (lóquios brancos).

Assim que permitido, é importante caminhar no quarto para ajudar na prevenção de trombose (maior risco no puerpério), além de ajudar na melhora da constipação intestinal e na liberação de gases, que são muito comuns e podem causar desconforto e dor abdominal.

Nos primeiros dias, é comum sentir cólica, principalmente ao amamentar, devido ao hormônio liberado na amamentação (ocitocina), que age contraindo o útero o que contribui para prevenção de hemorragia.

Em caso de cesárea, a cicatriz deve ser lavada com água e sabão pelo menos 1 vez ao dia e mantida sempre seca, a cicatrização da pele ocorre em 7 a 10 dias normalmente. No parto normal, é comum ocorrer inchaço na região genital, que normalmente melhora em 2 a 3 dias espontaneamente, porém, fazer compressa gelada no local pode ajudar. Caso ocorra laceração de canal de parto ou episiotomia, não tenha medo de ir ao banheiro, só é importante saber que ardência ao urinar pode ser comum nos primeiros dias e melhora espontaneamente. O importante é sempre lavar com água e sabão após ir ao banheiro e evitar o uso de papel higiênico a fim de prevenir inflamação dos pontos.

Durante todo o período de puerpério, é fundamental beber bastante água, manter a alimentação balanceada e tomar o polivitamínico, caso esse tenha sido indicado pela sua médica. 

Durante a internação é super importante tirar dúvidas sobre amamentação e aprender a pega correta, pois a sucção adequada do bebê é o principal estímulo para produção do leite. Inclusive, é essencial lembrar que o primeiro leite produzido pela mãe é o colostro, que tem coloração mais amarelada e é rico em nutrientes fundamentais para os primeiros dias do bebê.

Só a partir do 3º ao 5º dia pós parto que ocorre a apojadura, ou seja, a descida do leite maduro, sendo comum as mamas ficarem quentes e inchadas, além de aumentar o volume de leite produzido. É necessário saber que não é incomum ter dificuldades na amamentação, caso isso ocorra, peça orientação da sua médica e se necessário, existem consultoras de amamentação (normalmente enfermeiras obstetras) que podem auxiliar muito no processo.

O retorno à atividade física depende do tipo de parto e da recuperação de cada mulher, devendo sempre ser orientado pela médica o melhor período para retornar e o tipo de atividades permitidas. Em geral, todas as atividades físicas podem ser realizadas a partir do momento em que o médico liberar. A fisioterapia pélvica pode ajudar nesse retorno e na recuperação do períneo e do corpo em geral, inclusive na melhora da diástase abdominal, muito comum na gravidez.

Para o retorno às relações sexuais, normalmente recomenda-se aguardar as seis semanas de puerpério, porém mesmo após a liberação médica, ela só deve ocorrer quando a mulher se sentir confortável e preparada. Além das alterações hormonais causadas pelo pós-parto e amamentação, que podem causar redução de libido e ressecamento vaginal, as mudança da rotina e a preocupação com o bebê podem fazer com que a mulher prefira aguardar mais tempo para voltar a ter relações sexuais. É importante saber que para o ressecamento vaginal existe lubrificante e hidratante vaginal que podem ajudar, mas o mais importante é sempre conversar com o médico e, principalmente, com o seu parceiro.

Além disso, a preocupação com a possibilidade de uma nova gravidez pode contribuir com o medo de retornar à vida sexual, por isso é importante conversar com o médico sobre contracepção. Durante a amamentação, não é indicado o uso de métodos que contenham estrogênio, porém existem diversas formas de anticoncepção sem hormônio ou somente com progesterona, que são seguras e podem ser iniciadas normalmente 30 a 40 dias após o parto.

Você tem alguma dúvida sobre os cuidados pós-parto? Caso precise, entre em contato que terei o prazer em te auxiliar.

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